segunda-feira, 21 de março de 2011

Infantilização e estigmas da velhice

A infatilização da população idosa, incentivada pela mídia, sociedade e governo, é mais um dos estigmas desse segmento que deve ser erradicada.

Na mídia, as pessoas mais velhas quando ocupam papéis televisivos, aparecem de forma quase caricatural, com encenações de "caduquice"; em novelas são colocados quase sempre à margem da trama, apenas como figurantes.

Nos programas públicos do governo os projetos ainda enfatizam bailões,lazer e concursos de beleza e viagens como o melhor para esse segmento.Tais programas não consideram outras reais necessidade como a atenção à saúde,renda, educação, habitação.

Durante o 17° Congresso de Geriatria e Gerontologia, que aconteceu em 2010, em Belo Horizonte, os participantes defenderam o fim da infantilização e estigmatização da
terceira idade, prática que minimiza as verdadeiras necessidades dessa população.

A constatação da condição de discriminação,do isolamento da sociedade para com o idoso e da forma de encarar a velhice como decadência, doença e peso social, remete à urgência de rever essa cegueira política em relação a esta fase da vida.

A criação de novos conceitos e a importância de engajar o idoso através de sua sabedoria demanda uma amplo debate com a sociedade, mas principalmente sua conscientização de sua ampla responsabilidade pelo seu próprio envelhecimento, da importância de lutarem por um espaço nesta sociedade, onde a valorização está no avanço tecnológico e no jovem.

O estado precisa rever urgentemente a sua postura com esses ex-jovens participativos na engrenagem social.Para esse a velhice ainda é associada à decadência, ás doenças e às filas no INSS. É necessário mudanças estruturais na política governamental tanto no que diz respeito à assistência médica quanto na previdência. Também haverá necessidade de novos conceitos quanto à velhice, pois só esses ancorados na moderna ciência do envelhecimento ajudarão a construir condições sócio-culturais favoráveis a uma boa velhice.

Felizmente, já é possível identificar um movimento expressivo e crescente dos própios idosos, que não aceitam esta relação de total abandono e consequentemente não a contemplam passivamente. Com mais energia e disposição participam de pequenos grupos, de entidades como a Fritid, da comunidade, levando à sociedade a rever conceitos equivocados como a infantilização das pessoas idosas.

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