segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Dia Nacional do aposentado data para comemorar e refletir

24 de janeiro, Dia Nacional do Aposentado -esta data foi instituída a partir de 1923, quando aconteceu a assinatura da Lei Eloy Chaves que criou a caixa de aposentadorias e pensões para os empregados, consolidando a base do sistema previdenciário brasileiro. Um marco para uma justa homenagema todos os trabalhadores que de alguma forma, em cada profissão, prestaram serviços para ajudar a construír o nosso país.

Dia de comemorações, mas também para reflexões, pois apesar dos serviços prestados ao longo dos anos, os aposentados são uma das categorias mais discriminadas pelo governo, mercado de trabalho, população e muitas vezes por familiares.

A aposentadoria é vista com preconceito. Como uma doenção, como invalidez.Isso porque ao aposentado(a) resta viver apenas da aposentadoria, que sofreu terríveis descontos por causa de políticas públicas inadequadas e ineficientes. Além do desvio desse dinheiro, para outros fins, quando serviria para garantir a qualidade de vida do aposentado.

Ao lado da difícil condição econômica, da falta de políticas públicas, está também o pior de todos os preconceitos: o da família. A que esquece a convivência de uma vida e rejeita os parentes que já atingiram uma idade avançada que precisam de assistência de alguém.. A ausência de amor é o pior de todos os males.

Aposentadoria nãe é sinônimo de velhice. Velhice não é sinônimo de invalidez. Aposentadoria é experiência, sabedoria e dedicação.Precisamos reconhecer isso todos os dias é não apenas nessa data. O respeito é a homenagem merecida à quem conseguiu alcançar essa fase da vida.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

: As vantagens da internet e do computador para quem já passou dos 60

Aprender informática pode representar muito mais que o domínio de uma nova tecnologia. Para os idosos que superam esse desafio, lidar com o computador revela outras potencialidades, eleva a autoestima e os insere na atualidade. Fica mais fácil entender o mundo.

Essas e outras descobertas estão no livro Terceira idade e informática – aprender revelando potencialidades, da psicóloga e pedagoga Vitória Kachar. Um desdobramento da tese de doutorado da autora, a obra "resgata o potencial intelectual de pessoas da terceira idade, mostrando como a informática pode criar condições para que elas se desvelem para a vida em vez de ficarem reclusas em seus mundos de memórias e do passado", conforme o orientador do trabalho, José Armando Valente, no prefácio do livro.

Vitória explica que a idéia da tese surgiu quando ingressou na Universidade Aberta da Terceira Idade (Uati), da PUC-SP, para lecionar informática. O objetivo, segundo ela, não era fazer apenas com que os alunos dominassem as técnicas, mas mostrar também como a informática pode trazer à tona outros talentos. "Quando as aulas começaram, percebi que eles estavam entusiasmados por aprender algo novo. A expectativa no início é alta e eles querem tornar-se experts. Fui testemunha desses aprendizes, o que me deu embasamento para escrever a tese", diz.

De acordo com a autora, são diversos os motivos que levam essas pessoas a superar o medo da máquina para dominar a tecnologia. Entretenimento, o desejo de manter-se atualizado e a maior interação com os "brinquedos eletrônicos" dos netos são alguns deles. "No início, os alunos demonstram o medo da novidade, mas logo é superado pela vontade de aprender", aponta Vitória. Além do temor, os idosos enfrentam ainda algumas dificuldades iniciais, como utilizar o mouse e identificar os ícones.

Com o passar do tempo, os obstáculos vão dando lugar aos potenciais descobertos e à felicidade em produzir algo novo. Vitória conta que a alegria é grande quando os alunos escrevem seus próprios textos e conseguem imprimi-los. Tanto que ficam orgulhosos e mostram as conquistas aos familiares. "Quando dominam a informática, os idosos se sentem valorizados, inseridos no mundo contemporâneo, e passam a entender melhor as transformações da atualidade", destaca ela.

O jornal Compuctador foi a forma encontrada de expressar o talento revelado pelas aulas. Incentivados por Vitória, os alunos escrevem os textos para o veículo, nas versões impressa e digital. Segundo ela, o jornal é um espaço para a maturidade mostrar a sua cara e romper preconceitos. "O idoso é tido como incapaz, e no curso eles provam que têm sonhos, são ativos e podem produzir", argumenta. Prova disso são os poetas, colunistas e escritores descobertos nas aulas. Não é à toa, portanto, que a demanda pelo curso cresce a cada ano. Um exemplo que deve ser seguido.

Serviço:Terceira Idade e Informática – aprender revelando potencialidades
Vitória KacharCortez Editora, 208 páginas

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

China analisa projeto que obriga visita de filhos a pais idosos

O governo da China estaria analisando um projeto de lei que transformaria a visita de filhos a pais idosos em uma obrigação legal.
De acordo com a repórter da BBC para a região da Ásia Vivien Marsh, o país atualmente tem quase 170 milhões de pessoas acima dos 60 anos e, por isso, não pode ignorar o problema dos cuidados com os idosos.

Uma autoridade do governo chinês informou à imprensa estatal que, de acordo com um novo projeto de lei, as pessoas idosas que são ignoradas pelos filhos podem ir à Justiça, reivindicar o direito de receber cuidados físicos e mentais.

Cuidar dos pais é parte da cultura tradicional chinesa. Mas, nos últimos anos, a grande migração interna e as pressões do mercado de trabalho levaram ao enfraquecimento dos laços de família.
Emenda

A China já tem uma lei de Proteção dos Direitos e Interesses dos Idosos, que entrou em vigor em 1996, mas ainda não passou por nenhuma modificação, de acordo com o site de notícias China Daily.

A proposta de obrigatoriedade de visitar os pais seria uma emenda a esta lei.
Segundo Wu Ming, do Ministério de Negócios Civis da China, se a emenda à lei entrar em vigor, a Justiça do país não poderá mais rejeitar os casos de idosos que não recebem os cuidados adequados de seus filhos.

De acordo com estatísticas do Comitê Nacional de Envelhecimento da China, no final de 2009 o país tinha 167 milhões de pessoas acima de 60 anos e cerca de 19 milhões com mais de 80.
Mais da metade das pessoas acima de 60 anos na China vivem sozinhas e a situação é pior nas cidades, onde cerca de 70% dos idosos vivem sozinhos, segundo o comitê.
De acordo com o Ministério dos Negócios Civis, a China atualmente tem mais de 38 mil casas de repouso para idosos, com cerca de 2,7 milhões de leitos e mais de 2,1 milhões de idosos sendo atendidos.

Muitos especialistas elogiaram a proposta de emenda à lei de 1996, mas acrescentaram que será muito difícil aplicar a nova legislação.
Qian Jun, advogado de Pequim ouvido pelo China Daily, afirmou que é impossível aplicar a obrigatoriedade da visita aos pais, pois ela violaria a liberdade pessoal.
"Poderia ser melhor fortalecer a educação moral do que obrigar legalmente as pessoas a fazer algo", disse o advogado.

Fonte: BBC Brasil Data: 6/1/2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As enchentes e a submissão às grandes construtoras

Reproduzinmos texto de Denis de Oliveira,publicado no sítio da Revista Fórum

Mais um ano novo, problemas velhos, entre eles as inundações causadas pelas chuvas de janeiro. As imagens e os números chocam: 41 mortos segundo noticiário veiculado ontem (11/01), centenas de desabrigados e riscos de tragédias maiores.

Cobertura do Jornal da Globo de ontem: “no meio da tragédia, oportunistas se aproveitam”, vaticina o guardião-mor da moral, William Waak. Passa uma cena em que um morador em Mauá, dono de vários barracos, afirma que vai reconstruir uma casa no lugar daquela que foi varrida pelos deslizamentos e alugar novamente. Globo: “ no meio da tragédia, uma pessoa fica na casa de cima tranquilamente recebendo os aluguéis dos demais moradores.” Tranquilamente? Ele mora por ali também.

Corte de cenas, a reportagem do JG demonstra dados da ONG “Contas Abertas”, uma daquelas organizações preocupadas com a transparência do dinheiro público. Diz a ONG que o poder público gasta 14 vezes mais com reconstruções do que foi destruído pelas enchentes do que com obras de prevenção. E aponta ainda que no orçamento deste ano, o total de verbas destinado a obras de prevenção é menor que em 2010. Um expert é entrevistado e explica que isto acontece porque as obras de prevenção são pouco chamativas e até politicamente antipáticas uma vez que implicam em remoção de pessoas de áreas de risco. Por isto, o pouco interesse político.

A reportagem da Globo cai no velho problema – tão velho quanto as enchentes – de enxergar um aspecto factual dissociado do mais geral. As tragédias anunciadas e repetidas a exaustão nos verões chuvosos nas grandes cidades são conseqüência do péssimo planejamento urbano, da especulação imobiliária sem precedentes, entre outros. Remoção de moradores de áreas de risco é antipática, mas o é mais ainda quando não se tem uma política habitacional que garanta o direito a moradia para todos em lugares dignos.

O Estatuto da Cidade foi aprovado em 2001, fruto de projeto do senador Pompeu de Sousa, do PSDB (isto mesmo, do PSDB) e sancionado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, também – pasmem – do PSDB. Por que estou frisando o partido do autor e do presidente que o sancionou? Porque esta lei em vigor prevê a cobrança de impostos progressivos para propriedades subutilizadas e até a sua desapropriação no prazo de cinco anos caso a situação permaneça, gestão colegiada nas cidades, gestão orçamentária participativa, entre outros. Tudo isto deve estar previsto no plano diretor do município que deve ser o instrumento de planejamento e gestão da cidade.

IPTU progressivo? Lembram-se do escândalo que a burguesia paulistana e a própria mídia fizeram quando a então prefeita Luiza Erundina implementou na cidade e que a Justiça derrubou? E o slogan demotucano na campanha contra a prefeita Marta Suplicy, chamando-a de “Martaxa”?

O que se observou nos últimos anos de gestão Kassab (com um pouquinho de Serra) foi uma série de remendos no plano diretor da cidade para atender as pressões do lobby das construtoras. Lobby este que já foi acusado formalmente pela Justiça de bancar as campanhas de grande parte dos vereadores da bancada de apoio ao prefeito. Áreas são ocupadas de forma desenfreada por novos empreendimentos imobiliários, com a região Sudeste da cidade, enquanto que a política habitacional da prefeitura limita-se ao famigerado “auxilio-aluguel” de R$300,00 que não deixa outra opção aos sem teto de construir barracos em áreas de risco. Enquanto isto, há um enorme vazio de ocupação no centro da cidade, com prédios gigantescos fechados a espera de uma revitalização da região que revalorize os imóveis. Especulação pura.

Empreendimentos novos que obrigam novas obras públicas que, por sua vez, impermeabilizam ainda mais o solo e causam mais problemas de enchentes. A água precisa ir para algum lugar.

A cidade precisa ser redistribuída urgente. Não é culpa apenas de um ou outro espertinho que aluga barracos em áreas de risco (atitude ética condenável, mas não é a causa principal do problema). Há um histórico de gestões submissas ao poder das grandes construtoras que nem mesmo legislações federais aprovadas conseguem barrar. O preço a pagar é alto e cai justamente nas costas dos mais desfavorecidos. Muitos daqueles que bradaram “Martaxa” tem o único inconveniente de ter que ficar parados no trânsito da cidade por conta das enchentes ou o carro estragado – reclamam muito, mas não querem nem ouvir falar de uma redistribuição mais equitativa dos recursos e do espaço urbano.