terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Menopausa -Mitos e verdades.


 Veja a entrevista do Dr. Dráuzio Varella (aquele que aumenta o nível do programa Fantástico da Globo), com o médico psiquiatra, Joel Rennó, coordenador do Pró-mulher, no Instituto de Psiquiatria de Medicina da Universidade de S. Paulo, que esclarece mitos e verdades da  menopausa. Ele aborda as diversas fases desse período, em que alterações de comportamento pode ocorrer, que começa com o climatério por volta dos 41 anos, estende-se até mais ou menos 65 anos. Dentro dessa grande margem de tempo ocorre a menopausa, isto é, a data em que aconteceu a última menstruação. ato importante que deve ser esclarecido para que as mulheres se previnam e possam enfrentá-la com mais consciência e possam assim buscar recursos médicos que vão garantir qualidade de vida as suas funções.



Menopausa: aspectos psicológicos
Joel Rennó Jr. é médico psiquiatra. Coordena o Pró-Mulher, um programa de atenção à saúde psicológica da mulher desenvolvido no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo

A menopausa é uma fase crítica na vida da mulher, uma fase psicológica delicada em que alterações nítidas de comportamento podem ocorrer. Mulheres que já passaram por essa experiência e as pessoas que conviveram com elas são unânimes em reconhecer determinados sintomas, entre eles, a depressão e a labilidade emocional. Mesmo aquelas que manifestam pequenas alterações comportamentais, queixam-se da mudança aparentemente sem causa do humor ou da vontade de chorar que inexplicavelmente as invade de uma hora para outra.

É um fase perigosa que exige atenção porque, em alguns casos, transtornos psiquiátricos sérios podem acometer algumas mulheres. Todavia, muito do que se fala a respeito desse tema não passa de mitos criados pelo ideário popular. Desde que convenientemente assistida, a mulher menopausada pode gozar de excelente qualidade de vida.

CARACTERÍSTICAS DO CLIMATÉRIO

Drauzio – Quais as alterações psicológicas mais comumente encontradas nas mulheres quando chegam perto da menopausa?

José Rennó Jr. – É importante que as pessoas saibam as diferenças entre as diversas fases desse período denominado genericamente de menopausa. Na realidade, o climatério começa por volta dos 41 anos de idade, estende-se até mais ou menos os 65 anos e é marcado por pequenas alterações físicas e psicológicas. Dentro dessa grande margem de tempo, ocorre a menopausa, isto é, a data em que aconteceu a última menstruação e que só pode ser determinada retrospectivamente depois que a mulher passou pelo menos um ano em amenorreia (sem menstruar).

Antecedendo o episódio da menopausa, temos a perimenopausa, período em que há alterações hormonais importantes, especialmente nos níveis de estrogênio e progesterona. Nessa fase, a vulnerabilidade feminina é maior aos sintomas físicos e psíquicos. Entre os físicos destacam-se os fogachos (ondas de calor intenso) e, entre os psíquicos, tristeza, desânimo, irritabilidade e labilidade emocional, ou seja, grande flutuação do humor. Muitas se queixam, ainda, de insônia e alterações da memória. Por isso, é fundamental determinar se a mulher se encontra na perimenopausa ou na pós-menopausa, fase em que os transtornos psiquiátricos são menos prevalentes.

Quando se fala em menopausa, é preciso deixar bem claro que diversos fatores influenciam o desenrolar do processo. Não é apenas uma questão hormonal. Há fatores psicossociais preponderantes quer marcam esse período e podem estar na gênese dos transtornos psíquicos.

Por exemplo, a mulher que tinha uma vida socialmente ativa e se dedicou plenamente à família e à educação dos filhos, de repente se depara com os filhos crescidos, saindo de casa, e vive a síndrome do ninho vazio. Além disso, a relação conjugal pode estar passando por transformações que exigem diálogo para reconstruí-la em novos moldes. Dependendo de seu arcabouço psicológico, recursos internos e personalidade, essa mulher irá elaborar de forma construtiva ou não as modificações que estão ocorrendo em sua vida na época da menopausa.

ALTERAÇÕES DA PERIMENOPAUSA


Drauzio – Do ponto de vista sexual, quais são as principais alterações que ocorrem na fase de perimenopausa?

José Rennó Jr. – As principais queixas são dispareunia, ou seja, dor na relação sexual, e a diminuição da libido. A dispareunia ocorre porque o epitélio torna-se mais fino e menos lubrificado pela falta de estrogênio. A vagina mais seca pode dificultar a relação. No que se refere à falta de desejo, muitas vezes, o que gera ansiedade é a comparação com o que a mulher sentia no passado. Deve-se considerar, também, de que nessa faixa etária o homem pode apresentar um distúrbio ou disfunção sexual que afeta a companheira. Por isso, é tão importante examinar os aspectos biológicos e hormonais femininos quanto os de sua relação familiar e conjugal.

Drauzio – Você deixou claro que as alterações psicológicas estão diretamente ligadas à história de vida de cada mulher e por isso variam muito.

José Rennó Jr. – Em psiquiatria e psicologia, é muito importante ter um follow-up, levantar um histórico preciso da vida da pessoa. Por exemplo, há mulheres que mudam drasticamente de comportamento e atitudes, como se tivessem mudado de personalidade. A pessoa alegre e extrovertida de antes, que elaborava de forma construtiva suas frustrações perante a vida, transforma-se noutra, cabisbaixa, pessimista e irritável, queixando-se de angústia com frequência. O marido observa que ela está de pavio curto, estourando por motivos banais.

Por isso, em saúde mental, nunca se pode considerar um corte transversal na vida da mulher. É preciso levantar um histórico para avaliar o que mudou nas relações e interações com ela mesma e com as pessoas de seu convívio familiar e social.

Nessa fase, as queixas de perda de memória são muito importantes. ”Doutor, tenho que anotar tudo. Não me lembro mais das datas dos aniversários, e esqueço o número dos telefones de pessoas para as quais ligo costumeiramente.” Muitas temem estar desenvolvendo um quadro demencial e procuram neurologistas e psiquiatras, queixando-se dessas alterações de memória.
A queda na produção de hormônios também se reflete no padrão de sono, que pode melhorar com a terapia de reposição hormonal (TRH).

Drauzio – Nessa fase, quais são as alterações mais comuns na arquitetura do sono?

José Rennó Jr. – As alterações mais comuns envolvem insônia inicial (a mulher deita e não dorme) e o despertar precoce, ou seja, em vez de acordar no seu horário habitual, ela acorda de madrugada e isso, sem dúvida, prejudica a qualidade de sua vida.

Hoje, quando se fala em reposição hormonal, sempre se tem em consideração a qualidade de vida da mulher, que pressupõe saúde física e mental na menopausa. Essas questões nunca estão dissociadas. Ao contrário, estão sempre totalmente integradas.

ESTUDO SOBRE A AÇÃO DO ESTROGÊNIO

Drauzio – Você é um estudioso dos aspectos psicológicos relacionados com a reposição hormonal. O que revelou esse estudo que você realizou?

José Rennó Jr. – Foi um estudo randomizado, duplo-cego e controlado com placebo. As mulheres foram escolhidas de forma aleatória em clínicas ginecológicas e nem o médico nem a paciente sabiam quem tomava remédio, um tipo de estrogênio normalmente indicado pelos ginecologistas, e quem tomava um comprimido inerte, uma pílula de farinha conhecida como placebo. Essas mulheres tinham entre 45 e 56 anos de idade e estavam todas na pós-menopausa. Na verdade, eram histerectomizadas, isto é, não tinham útero. Recusamos pacientes com quadros depressivos, porque o mais comum é encontrar, nessa fase, sintomas de depressão, ansiedade e perda de memória.

Essas mulheres foram acompanhadas durante seis meses, passaram por ampla bateria de exames na área ginecológica e psiquiátrica, por escalas de humor e por testes de memória.
Por que escolhemos mulheres histerectomizadas, portanto na pós-menopausa? Porque não tinham a interferência da progesterona que geralmente provoca um quadro parecido com a disforia pré-menstrual, caracterizado por tristeza, desânimo, irritabilidade, alterações do apetite, ou seja, a progesterona pode interferir negativamente no humor da mulher. Era uma população de mulheres oligossintomáticas, ou seja, com poucos sintomas, e perfil que não desse margem a um viés capaz de interferir nas conclusões da pesquisa.

Grande parte dos estudos com mulheres na menopausa é um verdadeiro balaio de gatos. Envolvem mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa o que dificulta saber se o tratamento é fidedigno para um grupo específico. Muitas vezes, os sintomas psíquicos melhoram em decorrência da melhora dos sintomas físicos. Logicamente, o humor da mulher melhora se desaparecem, por exemplo, os fogachos intensos e o suor abundante.

O objetivo da nossa pesquisa era ver se realmente o estrogênio tinha uma ação direta sobre a melhora do humor e da memória. Há modelos experimentais que mostram que esse hormônio tem ação definida no sistema nervoso central, uma vez que altera a secreção de uma série de substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores (entre eles a serotonina e a noradrenalina) que fazem a conexão entre as células nervosas. Nosso estudo não evidenciou diferenças no humor dos dois grupos, quer seus componentes tenham tomado pílula de farinha ou a droga ativa.

ASPECTOS PSICOLÓGICOS E REPOSIÇÃO HORMONAL

Drauzio – Qual seria o perfil da ação do estrogênio no sistema nervoso central e que repercussão provoca no comportamento?

José Rennó Jr. – Mulheres mais sintomáticas, que iniciam a reposição hormonal precocemente, costumam ter melhora dos sintomas com a reposição hormonal. No entanto, em medicina, não se pode ser reducionista. Às vezes, as pessoas concluem apressadamente que a reposição hormonal traz ou não benefício à vida da mulher. Não podemos nos esquecer, porém, de que existem vários tipos de reposição hormonal, várias dosagens e vias de administração. Não é um tratamento único o que obriga determinar em que grupo de mulheres a reposição funciona e em que grupos deixa de funcionar. Mulheres na perimenopausa ou na pós-menopausa? Com poucos sintomas ou com transtornos psiquiátricos? Que tipo de hormônio foi utilizado? Que tipo de progesterona?

O estudo do WHI (Women Health Initiative) causou celeuma, mas se resumiu a avaliar a aplicação do acetato de medroxiprogesterona e estrogênio equino-conjugado. Não sou contra nem a favor à terapia de reposição hormonal. Visando sempre à qualidade de vida da mulher nessa fase, acredito, porém, ser válido prescrevê-la, desde que a indicação seja precisa e os riscos pequenos e controláveis.

Drauzio – No seu ponto de vista, se fosse possível isolar apenas o quadro psicológico, que sintomas indicariam a necessidade de reposição hormonal?

José Rennó Jr. – Vou exemplificar com um quadro clínico para deixar mais claro. Se recebo uma mulher entre 41 e 51 anos de idade, na perimenopausa, com fenômenos psíquicos e mudanças comportamentais relatadas por ela e pela família, uma mulher que nunca teve depressão, mas apresenta alterações de memória, labilidade de humor, tristeza e desânimo, diante desses sintomas e se não houver qualquer tipo de contra-indicação, a terapia de reposição hormonal pode ter efeito benéfico no humor. Existem trabalhos científicos sérios que comprovam a ação estrogênica nos sintomas depressivos dessas mulheres.

Na pós-menopausa, porém, se a mulher nunca fez reposição hormonal profilática com o fim específico de melhorar o humor e a memória, é questionável a ação estrogênica em termos de sistema nervoso central. Por isso, é importante avaliar o nível sintomatológico da paciente, as alterações comportamentais e o período de vida em que se encontra. Acredito que, dado precocemente, o estrogênio previna alterações da memória, embora alguns trabalhos evidenciem o contrário. Em relação à doença de Alzheimer, especialistas no assunto levantaram a hipótese dos benefícios da utilização desse hormônio, mas os resultados positivos do estrogênio na prevenção e diminuição de alguns sintomas não foram comprovados.

Essa é uma área contraditória. De qualquer forma, acredito que a reposição hormonal seja válida para um grupo específico de pacientes visando à melhora da qualidade de vida.

Drauzio – A menopausa não é o único período crítico na vida das mulheres. Elas atravessam fases em que estão mais vulneráveis a alterações psicológicas. Que fases são essas?

José Rennó Jr. – São os períodos em que há mais oscilações hormonais. Explicitando melhor: nos períodos em que há variações importantes nos níveis dos hormônios, há maior vulnerabilidade a transtornos psíquicos de forma geral, sejam eles depressivos ou ansiosos. Isso inclui os períodos pós-parto, pré-menstrual, perimenopausa e pode estender-se até um ano após a menopausa.

Está comprovado cientificamente que mulheres com antecedentes de depressão pós-parto e de TPM (tensão pré-menstrual) são mais suscetíveis à manifestação de problemas psicológicos na perimenopausa. Elas são mais sintomáticas nessa fase.

Outro aspecto interessante foi levantado por um trabalho realizado em Harvard, segundo o qual tanto sintomas psíquicos podem levar às alterações hormonais, como o contrário, alterações hormonais importantes podem provocar distúrbios psíquicos.

MITOS E PRECONCEITOS

Drauzio – Quais os principais mitos que cercam a mulher na menopausa?

José Rennó Jr. – Por questões de ordem cultural, nas sociedades orientais, onde a mulher é respeitada e a expectativa de envelhecer encarada de forma positiva, os sintomas tanto físicos quanto psíquicos da menopausa são menos intensos.

Infelizmente, nas culturas ocidentais, a realidade é outra. Há um grande “pré-conceito” em relação às mulheres nesse período. Simbolicamente, existe o mito de que a mulher na pós-menopausa seria uma lua minguante, enquanto na fase reprodutiva seria uma lua cheia.

Trata-se de um ‘pré-conceito” absolutamente infundado. A mulher na pós-menopausa pode contar com recursos médicos que garantem qualidade de vida em todas as suas funções, inclusive na sexualidade. O primeiro passo, portanto, é lutar contra o estigma e o preconceito vigente. Para tanto, abordamos o marido e os filhos dessas mulheres, pois as relações familiares pesam muito na gênese das alterações comportamentais da menopausa.

MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Drauzio - Quanto ao estilo de vida, o que recomendar a essas mulheres que chegam aos 40 anos e podem viver problemas um pouco mais sérios?

José Rennó Jr. – A mudança de hábitos de vida é fundamental. Isso envolve mudanças comportamentais. Ela precisa dedicar-se a atividades que lhe deem prazer, resgatem sua autoestima e a estimulem mentalmente. É importante aceitar novos desafios, como um curso de informática, se nunca mexeu com computadores, frequentar uma faculdade de terceira idade para ampliar os horizontes, resgatar o convívio com os amigos e rever o tipo de relacionamento e vínculo estabelecido com as pessoas da família.

Atividade física é fundamental. Além de prevenir a osteoporose, está provado que melhora o humor e a memória. O exercício físico não só aumenta a secreção de endorfinas, opioides endógenos que funcionam como analgésicos naturais, mas também aumenta a secreção de serotonina, um hormônio neurotransmissor que interfere positivamente no estado afetivo da mulher.

São recomendáveis também algumas mudanças na dieta, porque nesse período há alterações do metabolismo. Muitas mulheres acham que engordam porque estão fazendo reposição hormonal, outro mito. Na realidade, nessa faixa etária, a mesma ingesta calórica dos anos anteriores produz sobrepeso por causa da redução da atividade metabólica e não por causa dos hormônios. A Sociedade Brasileira do Climatério desenvolveu um programa nutricional eficiente que ajuda mulheres menopausadas a controlar o peso. Vale a pena conhecê-lo.

Drauzio – Se continuar comendo a mesma coisa, ela vai engordar, não é?

José Rennó Jr. – É justamente o que acontece. Por isso, deve-se trabalhar tanto os aspectos psicológicos quanto os físicos, que interferem nos psicológicos. Dietas, mudanças de comportamento, conscientização da família, enfim, é necessário fazer uma abordagem abrangente, no sentido de focalizar todo o contexto de vida da mulher. Cabe ao médico, seja ele ginecologista, psiquiatra, clínico geral, ter essa visão multidisciplinar da gênese dos transtornos de humor e memória no período da menopausa.

PRÓ-MULHER

DrauzioVocê coordena o Pró-Mulher, um programa de atenção à saúde da mulher, no Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. As mulheres podem procurar esse serviço?

José Rennó Jr. – Elas podem ligar para nossa sede dentro do Hospital das Clínicas e se inscreverem para participar do processo de triagem. É um serviço público gratuito que atende pelo telefone (11) 3069-6975.

Muitas mulheres dizem que têm TPM ou transtornos psíquicos específicos da menopausa e o histórico mostra o contrário. Há mulheres com quadros depressivos leves, outras com transtornos alimentares que pioram no período pré-menstrual e as que têm reincidência de quadros depressivos na pós-menopausa sem ser um quadro especifico desse período. O Pró-Mulher se propõe esclarecer o diagnóstico de cada caso e encaminhar o tratamento.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Consciência não tem idade




 A sociedade humana está tão mal pelos delitos dos maus 
como pelo silêncio cúmplice dos bons 
A foto foi compartilhada no facebook, está vinculada a uma página que defende os direitos humanos no mundo e essa imagem tanto poderia ser na Colômbia, Palestina,  África, etc. Mas, diante da determinação dessa senhora idosa que, necessitando de bengala para caminhar, mostra não se intimidar e sai  às ruas para protestar, é imperioso repassar este exemplo emocionante.  Uma atitude que nos passa dois significados profundos: em primeiro a sua força e postura  lucida e crítica, que comprova que consciência não tem idade, envelhecer não é sinônimo de se alienar do que acontece no mundo.  E em segundo o  'puxão de orelha' na frase do cartaz, que a sabedoria da idade lhe permite afirmar: ficar apenas numa crítica imobilista sobre as injustiças sociais os faz correr o risco de  sermos coniventes das tantas maldades praticadas mundo afora. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Semana do Estatuto do Idoso


O Estatuto do Idoso foi promulgado em 2003, pelo então Presidente Lula. Portanto, a lei maior que rege as relações de todos os brasileiros com as pessoas idosas tem apenas 9 anos!

Em primeiro lugar, confirmando o que diz A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - ONU 1948 - as pessoas idosas também têm direito a:
- Direito à vida
- Direito à liberdade
- Direito à segurança pessoal
- Direito à liberdade de pensamento e de expressão
- Direito à proteção social
- Direito à salário justo, que seja compatível com a dignidade humana
- Direito à saúde, alimentação. À habitação decente e ao lazer
- Direito à proteção no desemprego, na doença, na viuvez e NA VELHICE.

Fonte: facebook/Terceira Idade

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O ponto chave é a educação



Para refletirmos no Dia Internacional do Idosos, a boa dica, que nos repassou o companheiro Ernani Mundstock, é o filme documentário: "A educação proibida". Uma produção da Rede Educação Viva (Reevo)" Um filme sobre a educação focado no amor, no respeito, na liberdade e na aprendizagem.

Alguem pode então se perguntar: o que, 'nesta altura do campeonato' podemos ainda esperar da escola? Pois o ponto chave, de tudo,  é a educação. A escola já cumpriu mais de 200 anos de existência e ainda se mantém caracterizada por estruturas e práticas que hoje se consideram na maioria absoletas e anacrônicas.  

Os reflexos da sua falência estão exatamente na forma que não considera a natureza da aprendizagem ou a importância que tem o amor e os vínculos humanos para o desenvolvimento individual e coletivo. A partir desses reflexo,s ao longo do tempo, se formaram  práticas que relegaram a condição da velhice e se focalizam na ãnsia pela  juventude. Como se fossemos eternos.

Porque o sistema  valoriza os seres humanos enquanto fortes e jovens para produzir e consumir, porém a medida que o tempo avança somos tratados como peças descartáveis. E a reprodução de tais valores também impregnam as interelações sociais. Portanto o respeito e a valorização do indivíduo, em todas as etapas da vida, passa por uma mudança estrutural da educação. E isso está intrinsicamente relacionado com os passos necessários para se modificar tanto a forma distorcida de encarar o envelhecimento como para resgatar a igualdade de direitos como cidadãos.

Bom filme a todos e todas!!

Para acessar clique no link:http://www.educacionprohibida.com/



1°de outubro - Dia Internacional do Idoso

O Dia Nacional do Idoso foi estabelecido em 1999 pela Comissão de Educação do Senado Federal e serve para refletir a respeito da situação do idoso no País, seus direitos e dificuldades.

A população no mundo está ficando cada vez mais velha e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por volta de 2025, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta.
O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje cerca de 13,5 milhões de idosos, que representam 8% de sua população. Em 20 anos, o País será o sexto no mundo com o maior número de pessoas idosas. O dado serve de alerta para que o governo e a sociedade se preparem para essa nova realidade não tão distante.

O avanço da medicina e a melhora na qualidade de vida são as principais razões dessa elevação da expectativa de vida em todo o mundo. Apesar disso, ainda há muita desinformação sobre as particularidades do envelhecimento e o que é pior: muito preconceito e desrespeito em relação às pessoas da terceira idade, principalmente nos países pobres ou em desenvolvimento. No Brasil, são muitos os problemas enfrentados pelos idosos em seu dia-a-dia: a perda de contato com a força de trabalho, a desvalorização de aposentadorias e pensões, a depressão, o abandono da família, a falta de projetos e de atividades de lazer, além do difícil acesso a planos de saúde são os principais.

Segundo pesquisa do IBGE,  apenas 26,9% do total de idosos no País possui algum plano de saúde, sendo que em algumas regiões como o Nordeste essa taxa ainda cai para 13%. As mulheres são ainda mais afetadas, porque vivem mais tempo e, em geral, com menos recursos e menos escolaridade.

Diante desse quadro, a Fritid se mobiliza para implementar ações ao lado desse segmento da população, buscando melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e para estimular o governo brasileiro a elaborar, o mais rápido possível, políticas sociais que preparem a sociedade para essa mudança da pirâmide populacional.



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Seminário "Sem medo do computador rompendo barreiras na terceira idade"

 O Seminário, "Sem medo do computador,rompendo barreiras na terceira idade", mobilizou a participação das pessoas idosas, de representantes da área de política do idoso dos governos estadual e municipal e do público em geral. O evento, organizado pela Fritid, aconteceu no auditório do Sindicato dos Servidores Federais no RS (Sindiserf/RS), em Porto Alegre, no dia 30 de agosto. Ao chamar as pessoas, a intenção foi discutir o tema visando obter subsídios para estruturar um projeto de informática para melhor atender as expectativas das pessoas da terceira idade e facilitar-lhes o acesso à linguagem tecnológica e à autonomia para explorar os recursos disponíveis no computador.















O palestrante Sérgio Antonio Carlos, professor da Ufrgs, com larga experiência em estudos que abordam padrões discriminativos a respeito do envelhecimento na sociedade, abordou o tema "A intolerância e o envelhecimento" e estimulou uma reflexão sobre a cultura da tolerância e como esta pode permear as relações e ser o caminho para mudanças nas relações entre os indivíduos. Como já se percebe hoje numa nova forma de dialogar com idosos e destes também se colocarem para garantir sua inserção ssocial, seja por exemplo, percebendo que  o acesso a informática pode ter papel preponderante nesse processo.


A intolerância: pintando o outro para
 ficar igual a mim sem ver o que ele é.
A intolerância está na sociedade em atitudes de não aceitação do outro com suas diferenças, ao estimular o preconceito e a resistência às liberdades individual e coletiva. Entretanto, podemos mudar esse comportamento ao se aprender a tolerar o outro, o diferente é o único jeito de mudar isso dentro de nós, pois é como podemos perceber o quanto somos semelhantes enquanto homens e mulheres, não podemos viver sozinhos e precisamos do outro para dar sentido ao que fazemos.

Não basta tolerar, diz o Professor Sergio, “deve ser ponto de partida, pois para cessar diferenças precisa também ser um patamar de mudanças, e cita o pensamento do educador Bacha Filho, que ressalta a educação e indica três pontos essenciais para se aprender a erradicar valores e conceitos discriminatórios: incentivar o diálogo, a pureza das intenções e a paciência. magem - sobre intolerância.
Diálogo
Saber escutar o que outro quer dizer. Muitas vezes ouvimos, mas não chegamos a escutar; a pessoa começa falar já concluímos e quando ela termina já estamos procurando respostas. Ao dialogar temos que seguir o pensamento do outro, ver se está entendendo a minha fala para que efetivamente haja uma troca de ideias e experiências.
Pureza de intenções
No diálogo precisamos buscar a isenção de segundas intenções, como explica o Professor. “porque ao conversar com o outro vou ter sempre segundas intenções e o outro também.” Porém, não precisamos convencer o outro sobre nosso modo de pensar, mas podemos expor e mostrar que temos posições diferentes e que em alguns pontos é possível fazer algo em comum mesmo pensando diferente”, como nos ensina Bacha Filho.
Paciência
È a atitude essencial ao dialogo. “Se não tiver paciência, se não perseverar, persistir, eu não chego lá. E aí um aprendizado diz o palestrante: “ao começar a ensinar informática, na experiência de trabalhar com o idoso, não se pode pensar que só eu sei, pois se não agir de uma maneira menos ortodoxa, sem conseguir dialogar, se não ouvir o outro, dificulta o ensinar.
A mesma visão do papel da educação para a tolerância, está na Declaração de Princípios da Tolerância, da Unesco, que aponta também como um caminho para as pessoas aprenderem a ter atitudes contrárias à exclusão do outro, e o Professor mostra também que  está nas palavras do secretário geral da ONU no Dia Internacional da Tolerância, em 2010:: "Ela deve ser ensinada, incentivada, transmitida. A educação dentro e fora da sala de aula é imprescindível para combater o ódio, a discriminação,

Após o debate da cultura da tolerância  como patamar para transformar preconceitos e discriminações nas relações sociais, o palestrante mostrou estereótipos criados em relação às pessoas que chegam na terceira idade,  são padrões discriminatórios como o que vê velhice comoante sala da morte. “Um equívoco, pois em termos absolutos morrem muito mais pessoas de outras idades do que os idosos.” È óbvio que os idosos morrem, mas nossa esperança é que seja depois dos 100 anos”, ele brinca e continua ”mas é defasada a visão de se fazer nada voltado ao idoso, de que é preciso investir nas crianças, futuro do Brasil, pois o idoso já deu”.

Atualmente muitas alternativas contrapõem essa forma preconceituosa do envelhecimento: ”Só no Rio Grande do Sul, afirma o Professor, praticamente todas as universidades e instituições de ensino superior realizam trabalho voltado para o idoso. Tem espaço prá todo mundo.”
“Na UFRGS, o Colégio Aplicação tem teatro para o idoso, no Instituto de psicologia tem a Universidade da Terceira Idade que funciona há mais de 15 anos; na faculdade de Educação Física, tem trabalhos além da prática de exercícios; de forma mais esporádica a área da antropologia, que pesquisa o desenvolvimento e memória social;. Tem dissertações na área de design voltadas para idosos; na agronomia, o engenheiro Sérgio Tomazini, fez mestrado e abordou a utilização do espaço nas instituições de longa permanência para os idosos e como estes ajudaram a transformar o espaço aberto e a melhorar a situação, construindo jardins etc.

E ainda tem outras formas de inserção dos idosos, em trabalho voluntário, grupos de convivência, atividades físicas, ensino de informática. Também tem pessoas que participam de movimentos social etc. Atividades que demonstram que estar velho não significa serr inativo ou descartável. Entretanto, destaca o Professor, “os idosos tem também direito de "velhar", expressão usada por uma colega, assistente social, gerontóloga, que significa deixar o tempo correr, curtir o processo de envelhecimento. Nem todos almejam, por exemplo, aprender informática. Porém, como diz palestrante, “precisamos nos dar conta que a informática está presente no dia-a-dia da vida de todos e todas: atrás do caixa eletrônico, do banco, dos telefones, no mcroondas, etc.” Estas circunstancias nos fazem ver que ter acesso ao computador é importante, pois estimula a reflexão, a capacidade motora fina, capacidade viso-motora, linguagem, atenção e concentração, aspectos que levam ao ajuste de memória e a interação sócio-familiar.






As belas e famosas também envelhecem


Um grupo de mulheres famosas participaram de um documentário em que falam sobre envelhecimento em uma sociedade que super valoriza a juventude.

Difícil acreditar que a atriz e ex-modelo internacional Isabella Rossellini, 60 anos, tenha problemas com seu próprio envelhecimento. Segundo declarações da atriz à imprensa internacional, a idade fez com que seu nome desaparecesse da lista de convidados dos eventos mais concorridos: “Com certeza, meu status social diminuiu. Não sou mais convidada para as festas mais disputadas. Mas minha filha é”, declarou ela ao The Guardian.
Muito estranha esta informação até porque a cineasta Julie Gavras, na época do lançamento do filme Late Bloomers, contou à imprensa que, o nome de Isabella Rossellini surgiu após Gavras vê-la rir de si mesma na série “Green Porno”, em que interpreta com humor bichos copulando. Diz a cineasta: “Precisava de alguém com a idade certa, mas que não tivesse feito cirurgia plástica. Ela foi perfeita porque entende que, quanto mais velha fica, mais liberdade tem.”

Diane Keaton faz parte do grupo das belas e competentes mulheres sessentonas, em plena forma e atividade e, aparentemente, muito bem resolvida com o angustiante avançar dos anos.

Depois de lançar um livro de memórias, bem recebido pela crítica, Diane Keaton volta a escrever e dessa vez os temas escolhidos por ela são: “beleza, envelhecimento e como ser uma mulher”, segundo informações de sua editora, Random House. A nova obra, ainda sem título, segundo o site O Globo, será lançada no primeiro semestre de 2013.

Em nota oficial a atriz afirma: “Todos somos obcecados por beleza, não importa quem você seja. Acho que a maioria das mulheres fica um pouco desapontada quando olha no espelho - sei que eu fico - e esse livro será minha forma de pergunta por que”.

Dizem que Diane Keaton não fez grandes transformações no rosto, manteve as linhas do tempo (ou rugas, como preferirem) e decidiu assumir sua própria beleza, mesmo que marcada pelos anos. Uma mulher bem resolvida? Sim, pode ser. Mas para aquelas incomodadas com a imagem denunciada todas as manhãs pelo espelho da vida, relaxem, a tecnologia está aí para aplacar qualquer incômodo ou descontentamento. Existem outras possibilidades, como refletir sobre a experiência das belas que encaram suas velhices, cada qual de seu jeito.

Rossellini e um grupo de mulheres famosas justamente pela beleza participaram de um documentário em que falam francamente sobre como lidam com o envelhecimento, em uma sociedade que valoriza a juventude acima de tudo.

Dirigido por Timothy Greenfield-Sanders, “About Face: The Supermodels Then And Now” foi lançado no Festival de Cinema Sundance deste ano e voltará a ser exibido em canais de TV a cabo europeus durante o verão no Hemisfério Norte. É um “pedaço da história”, de acordo com Beverly Johnson, 59 anos - primeira modelo negra a aparecer na capa da Vogue americana, em 1974. Site: http://www.youtube.com/watch?v=bmFhOLGL204&feature=related.

Além de Rossellini e Johnson, também atuam no filme Marisa Berenson, uma das modelos mais bem pagas do mundo nos anos 1960, que trabalhou no filme “Morte em Veneza”, de Luchino Visconti, e Jerry Hall, ex-mulher de Mick Jagger. Todas falam sem rodeios sobre a indústria de cosméticos e seus cuidados com a beleza.

Com opiniões diversas sobre cirurgia plástica, peso e modelagem ideais, todas elas concordam em um ponto: obsessão com a juventude, definitivamente, não é a delas: “Não são as mulheres que querem ficar mais jovens, isso é o que a sociedade espera delas”, diz a ex-modelo China Machado, musa de Richard Avedon - o lendário fotógrafo da Harper’s Bazaar.

Mas isso não quer dizer que todas são contra intervenções cirúrgicas para o rejuvenescimento. Quando perguntada sobre cirurgia, a modelo Carmen Dell'Orefice respondeu: ‘Se o teto da sua sala de estar estivesse caindo, você não iria providenciar um reparo?”

A modelo tem razão, qual o problema? Por que todos precisam seguir o mesmo caminho da aceitação, do natural e da tão banalizada frase: “Precisamos nos aceitar como Deus nos criou, mesmo sofrendo os aterradores efeitos do tempo”. Bem, Deus, não tem nada a ver com isso e como já dizia uma grande e hilária amiga: “Quem gosta de interior é só arquiteto!”

Talvez, pensando nisso e já querendo romper os ditames impostos pela sociedade, Jason Bard Yarmosky, artista que nasceu em Poughkeepsie, Nova Iorque, criou uma série intitulada de Elder Kinder, na qual ele explora a infantilização que ocorre na velhice e as fantasias que permanecem conosco pela vida toda – site: http://www.hypeness.com.br/2012/05/artista-retrata-a-velhice-de-um-ponto-de-vista-diferente/.

Como, por exemplo, nomear uma pessoa de sessenta anos pelo apelativo “vovó, vovozinha”. Ou então, num primeiro contato perguntar: “está cansada, quer sentar, tomar água, que gracinha”...e outras pérolas irritantes.

Existem muitas formas de enxergar a série, tudo vai depender do olhar, da trajetória, cultura e momento em que vive cada um. Não há como limitar, será uma coisa (vulnerabilidade a qual todos estaremos sujeitos na velhice) ou outra (sensação de liberdade que sugere que a nossa idade é aquela que desejamos ter).

Qual seria o melhor dos mundos? Procure a(s) resposta(s) nas suas próprias reflexões sobre a vida e seu longeviver!

Bibi Ferreira celebra em “Histórias e canções” seus 90 anos

Se o sujeito tem boa memória e suas pernas andam, fazer 90 anos é a coisa mais natural do mundo”, diz Bibi, com disposição e excelente memória. A atriz e cantora esbanja sua voz poderosa aliada a um fôlego invejável em show comemorativo de sua trajetória no teatro Frei Caneca, São Paulo.


Poderíamos passar horas falando da fenomenal atriz Bibi Ferreira e mesmo assim ainda seria pouco. Tudo que se buscasse sobre ela não seria suficiente para explicar quem foi e quem é a mulher que ainda faz verdadeiros malabarismos com uma voz de fazer inveja a muitos experts da área.
A idade para ela talvez seja uma brincadeira, quase uma ironia da passagem do tempo. “Se o sujeito tem boa memória e suas pernas andam, fazer 90 anos é a coisa mais natural do mundo”, diz Bibi como se estivesse falando de alguma outra pessoa que não de si própria,

Com disposição e excelente memória, a atriz e cantora esbanja sua voz poderosa aliada a um fôlego invejável em show comemorativo de sua trajetória no teatro Frei Caneca, São Paulo. Ela diz: “Fui privilegiada com uma boa formação das vias aéreas”.

Bibi justifica tal façanha: “Aprendi a respirar com uma professora chamada Nilza Corrêa. Por favor, coloque o nome dela aí em sua reportagem”, pede à imprensa. “Se você não sabe respirar, você não sabe nada”.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Seminário de Inclusão digital da Terceira Idade

  
Sempre com o objetivo de promover o debate sobre questões que implicam em mais qualidade de vida na terceira idade, de sempre estimular o diálogo com essas pessoas para que sejam protagonistas das mudanças conforme seus interesses, a Fritid realizará o Seminário: "Sem medo do computador, rompendo barreiras na Terceira Idade".
O evento busca oferecer mais informação sobre a inclusão digital desse segmento social e ouvir o que essas pessoas pensam e esperam de um curso de informática.
O palestrante convidado foi o professor da PUC/RS, Sergio Antonio Carlos, com larga experiência em projetos que enfocam o envelhecimento e como editor da revista de Estudos Interdisciplinares sobre o envelhecimento.


O seminário integra a proposta da Fritid de realizar um curso com os benefícios das novas tecnologias de informação e comunicação para estimular as pessoas dessa faixa de idade  a enfrentarem o desafio de manusear o computador com seus programas e equipamentos. Aprender informática pode representar muito mais que o domínio de uma nova tecnologia. Para os idosos(as) que superam esse desafio, lidar com o computador revela outras potencialidades, eleva a autoestima e os insere na atualidade; proporciona a construção de relações, trocas de informação; a conexão entre indivíduos separados geográficamente e diferentes na sua história, cultura e crenças. A alfabetização digital promove também o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo do aluno.
Contamos com sua participação!!

Quando: 30 de agosto
Horário: 14 horas
Local: Auditório do Sindiserf
Endereço: Rua Bento Martins, n° 24 sala 901 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Inscrições para XIV Jogos dos Idosos são prorrogadas


Uma boa dica de lazer e esporte, na praia. Você pode se inscrever para  participar dos jogos ou do congraçamento entre pessoas vindas de diversos município do Rio Grande do Sul.

A Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grandinscreve do Sul (Fundergs/SEL) prorrogou as pré-inscrições para o XIV Jogos de Integração do Idoso do RS até o dia 03 de setembro. A expectativa da organização é receber mais de 1,5 mil pessoas, com idade a partir de 60 anos, de mais de 20 municípios do RS. O período de inscrições segue até o dia 1º de outubro

As atividades, que ocorrem de 08 a 11 de novembro, em Tramandaí, têm o objetivo de difundir e promover a integração da terceira idade por meio da prática e vivência de práticas esportivas, recreativas e socioculturais contribuindo para a manutenção da autonomia, qualidade de vida e cidadania Entre as modalidades estão os jogos adaptados (câmbio, basquete relógio com deslocamento e handebol por zona), atividades esportivas, recreativas,culturais sociais: (badminton, atividades aquáticas, jogos de mesa, yoga, dança e caminhada) e oficina de cidadania.

O XIV Jogos de Integração do Idoso do RS será realizado pela Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs/SEL) e Prefeitura de Tramandaí em parceria com o Conselho Estadual do Idoso, Comissão de Esportes Adaptados para Idosos, Secretaria Municipal deEsportes, Recreação e Lazer de Porto Alegre, Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Caxias do Sul, Secretaria de Esporte e Lazer de Canoas, Secretaria de Políticas, Igualdade de São Leopoldo, Unisinos e Ulbra.

 O lema para a competição deste ano é: Eu quero, eu posso, eu faço: eu sou idoso

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Uma reflexão sobre o preconceito nas diversas classificações

Liberdade de expressão, sim. O que não pode e que acaba se tornando altamente questionável é o preconceito e as expressões pejorativas.

 por Por Luciana H. Mussi, da Redação Portal na categoria 'Comportamento'

Atualmente a palavra do momento é “criticar”, não importando o quê e como. Liberdade até para falar aquilo que não se tem a menor ideia. Essa é uma triste e dura constatação.

Muito se tem comentado sobre a mudança de estilo e linguagem dos jornais (O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, O Grupo Globo), mas agora a questão central das discussões gira em torno da entrada na TV aberta da mídia tradicional, especificamente ocupando um espaço na TV Cultura com temas populares e de interesse geral.

Mas, confesso, que de todas as matérias lidas, uma chama a atenção, exatamente pelo tom um tanto pejorativo de seu título. Me refiro ao texto “Piercing nos velhinhos”.

Para entender é necessário acompanhar o processo de escrita da matéria: inicialmente falou-se sobre a mudança de percurso dos principais jornais (estilo, linguagem, estética), ou seja, no seu jeito de passar a notícia, tornando-a mais popular e acessível ao grande público. Em seguida a entrada dos mesmos com seus jornalistas na disputada telinha e numa emissora reconhecidamente “cultural”.

Até aí, tudo bem, cada um pensa e fala o que quer, não é assim, principalmente com o “boom” da internet, facebook, twitter e outros? Mas, na verdade, o que não pode e que acaba se tornando altamente questionável é o tom de preconceito, utilizando-se uma intolerância e acidez insuportáveis.

Primeiro ponto: qual o problema dos grandes jornais entrarem num veículo de comunicação e ainda com um material notadamente de alcance popular? Usar uma linguagem “mais do dia a dia”, até coloquial virou uma discussão dos “grandes” que se julgam cultos demais para aceitar um tipo de cultura diferente, aquela das esquinas, das conversas nos bares e encontros do tipo “happy hour”?

A matéria diz: “é interessante analisar os movimentos que a imprensa tradicional tem feito para se adaptar aos novos hábitos de consumo de mídia, principalmente por parte do público mais jovem. Na programação apresentada pela Folha na TV Cultura podia-se notar que o esforço por imitar certo estilo MTV em alguns quadros andou beirando o ridículo, como na reportagem sobre irregularidades no uso de caçambas na capital paulista, com entrevistas, aos gritos, improvisadas nas ruas. O estilo já é usado pela Globo no jornalismo local, com a atuação histriônica do repórter Marcio Canuto”.

Bem, se o estilo Marcio Canuto agrada, não é a questão. O que soa exagerado é essa caça as bruxas do chamado “jeito popular de ser”.

É interessante que vivemos imersos nas chamadas classificações: isto é culto, aquilo é popular, aquilo ali está fora de moda então está velho, obsoleto e para o que está obsoleto, o caminho é a troca imediata e lixo para algo ou alguém que um dia teve sua utilidade.

Por outro lado, a reportagem lembra bem quando “há duas décadas, um certo jornal num processo de renovação para enfrentar o crescimento do seu maior concorrente, saiu com um anúncio no qual o referido era mostrado como um senhor idoso de cabelos azuis.

A matéria é finalizada com a constrangedora frase: “a imprensa tradicional é uma estrutura rígida, não um sistema adaptável. Não estando disposta a se deixar conduzir pela dinâmica social mais complexa, resta-lhe pouco mais do que aplicar uns piercings em seus modelos envelhecidos”.

Devo dizer, finalmente, que o título da matéria foi de extremo mau gosto e profundamente desrespeitoso. Que conceito preconceituoso de velhice é esse que se percebe nas falas soltas e fáceis totalmente sem responsabilidade? Que relação mais estranha é essa de ligar a mídia tradicional e seus entraves e burocracias com a velhice? Acaso velhice significaria intolerância, falta de flexibilidade ou algo ultrapassado?


Só se for para os tolos, porque até eles, se derem muita sorte, vão envelhecer.


Referências

COSTA, L.M. (2012). Piercing nos velhinhos. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/piercing_nos_velhinhos. .



Idosos apresentam melhor performance em corridas

É o que revela estudo francês ao analisar os resultados da maratona de Nova Iorque, de 1980 a 2009. Esses resultados contradizem a ideia de que a idade reduz inexoravelmente o rendimento físico.

Por redação Portal na categoria 'Comportamento'

Romuald Lepers y Thomas Cattagni, pesquisadores do Instituto Nacional da Saúde e a Investigação Médica, da França, afirmaram na revista especializada Age, que o estudo revelou que o que demanda uma corrida de 42 km, foram os homens acima de 64 anos que conseguiram reduzir mais tempo e as mulheres acima de 44 anos. Segundo eles, esses dados sugerem que esses corredores ainda não alcançaram seus limites de performance em maratona.

O melhor desempenho desportivo dos chamados “máster athletes” (nome dado aos idosos que praticam com assuidade) corresponde, segundo os pesquisadores, a dois fatores. O primeiro deles é o boom mundial de maratonas pelos países afora. No Brasil, ao menos nas grandes capitais virou moda. E o segundo é que o limite físico para esta faixa etária parece estar mais longe do que se pensava até o momento.

Os resultados do estudo francês contradizem a ideia de que a idade reduz inexoravelmente o rendimento físico. Os investigadores atribuem esse melhor rendimento dos máster a cada vez mais assídua participação de pessoas acima de 60 anos em maratonas, o que significa maior treinamento, menos lesões e mais possibilidades de continuar melhorando.


Referências
Ríos, Sebastián A. Adultos mayores, los corredores que más mejoran la performance. Disponível em http://www.lanacion.com.ar/1459637-adultos-mayores-los-corredores-que-mas-mejoran-la-performance.

Cérebro: jovem para sempre

Trabalhos recentes esboçam receita para a saúde cerebral na terceira idade. Os estudos parecem concordar em um ponto: é fundamental realizar atividades físicas.

Pesquisas atestam a importância da atividade física para manter o cérebro saudável. (foto: Justyna Furmanczyk/ Sxc.hu) Experimentos recentes têm indicado a direção – para os mais entusiastas, o caminho – para um cérebro saudável na terceira idade. Os resultados coincidem em um ponto: atividade física é essencial.

Um dos mais recentes nessa linha, publicado no periódico Trends in Cognitive Sciences, é o feito pela equipe de Lars Nyberg, da Universidade Umeå (Suécia), que traz boa notícia: envelhecer é inevitável, mas o cérebro não precisa acompanhar esse processo. ||Adendo: conta mais aquilo que você faz na terceira idade pela saúde do órgão do que aquilo feito ao longo da vida. Paradoxal? Explicação: quando o assunto é cérebro, alguns ganhos logo são perdidos.||

//Conta mais aquilo que você faz na terceira idade pela saúde do cérebro do que aquilo feito ao longo da vida. Mas é fato que os cérebros de muitos idosos mostram pouca ou nenhuma diferença em relação aos de adultos mais jovens. Com desempenho cognitivo intacto, indicam que a manutenção cerebral é possível.//

Um dos desalentos do cenário é o seguinte: educação não irá salvar seu cérebro, pois pesquisas mostram que doutores (PhDs) e pessoas de baixa escolaridade têm a mesma probabilidade de perder a memória com a idade. Nem mesmo profissões ‘complexas’ importam muito nesse quesito: os ganhos de ser um pensador contumaz perdem-se rapidamente com a aposentadoria.

Difícil e simples
Nos últimos tempos, a ‘malhação mental’ – palavras cruzadas são o exemplo clássico e mais recentemente o sudoku – ganhou adeptos e atenção da mídia. Para muitos especialistas, no entanto, o valor dessas atividades isoladas para a manutenção cerebral é ainda especulativo.

 Quando o assunto é saúde mental, vale a seguinte fórmula: fórmulas fáceis parecem não existir. Mas, talvez, exista uma fórmula ‘simples’, extraída de experimento recente com roedores feito pela equipe de Justin Rhodes, da Universidade de Illinois (EUA). Os resultados foram apresentados na última conferência da Sociedade para as Neurociências dos EUA – um artigo será em breve publicado, explica Rhodes à CH.

No experimento, camundongos foram divididos em quatro grupos. O ambiente do primeiro era um tipo de paraíso para esses roedores: boa comida, água com sabores, casinhas confortáveis e cenários coloridos, com túneis, bloquinhos etc. O segundo grupo também era de hóspedes ‘cinco estrelas’, com uma diferença: havia um disco (de pequeno diâmetro) que possibilitava aos roedores praticar alguma atividade física.

O terceiro grupo era o dos excluídos: realidade nua e crua, comida normal e uma gaiola sem nada. O quarto grupo era também de desapropriados, mas lá havia uma ‘roda gigante’, para os roedores correrem.

 O resultado foi surpreendente. Feitos os testes cognitivos e análise de tecidos, apenas uma coisa importou para a saúde cerebral: se os animais tinham ou não se exercitado. Ambiente enriquecido não influenciou os resultados – apesar de os camundongos, diz Rhodes, adorarem os ‘brinquedinhos’ da gaiola.

 Resumo do experimento: para manter o cérebro, é preciso atividade física. Ponto.

Por quê? Possível explicação: exercitar-se gera neurônios. A partir dos 30 anos, humanos perdem cerca de 1% por ano do volume do hipocampo, região do cérebro responsável pela memória e pelo aprendizado.

 Corredor ou matemático?
Os resultados de Rhodes levam a questões interessantes. Uma delas: no quesito saúde cerebral, é melhor ser um corredor de longa distância ou um matemático sedentário?

Resposta de Rhodes para a CH: “Acho que a grande diferença é que os efeitos dos exercícios físicos na cognição parecem se generalizar por todos os domínios cognitivos. Enquanto a matemática poderia melhorar aspectos específicos da cognição relacionados a essa disciplina, a atividade física parece reforçar todos eles (ou, no mínimo, todos os diferentes tipos que até agora têm sido testados, como função executiva, memória de curto e longo prazos, aprendizado espacial, processo de aprendizado, aprendizado associativo etc.).

Rhodes dá seu veredicto: “Sem dúvida, é melhor ser um corredor do que um matemático sedentário (a menos que você queira ser bom em matemática e não se importe em perder outros aspectos da cognição que afetam a vida diária, como navegação espacial etc.).”

“Temos alguns [dados] neurobiológicos nesse aspecto. Parece que os novos neurônios criados com a corrida são largamente recrutados por diferentes tarefas que envolvem o hipocampo, enquanto aqueles gerados em resposta – ou que sobreviveram seletivamente – a um evento de aprendizagem são recrutados de modo específico, por apenas aquela experiência”, diz Rhodes.

 “Eu não diria que a atividade física é o único fator-chave para a manutenção do cérebro. Vejo os exercícios como um contribuinte, mas estudos epidemiológicos também sugerem, de modo bem convincente, que estímulos cognitivos e sociais dão contribuições importantes. Eu diria que, para humanos, a situação ótima é alcançada por uma boa combinação desses fatores”, diz Nyberg.

 Em uma coisa os experimentos sobre saúde do cérebro parecem concordar: atividade física é fundamental. E, enquanto os especialistas não chegam a um consenso sobre outros fatores, não custa adicionar à receita palavras cruzadas e algum bom entretenimento.

Cássio Leite Vieira Ciência Hoje/ RJ
Fonte: Texto originalmente publicado na CH 293 (junho de 2012). Foto: fotos: Justyna

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nossa dica de programa para o final de semana

O CineBancários recebe, nos dias 13 e 14 de julho, às 21h, sessões de pré-estreia do premiado “Violeta Foi para o Céu”, de Andrés Wood (Machuca). Vencedor de diversos festivais, como o Sundance de 2012, o longa conta a história da compositora, cantora e folclorista chilena Violeta Parra. A partir do dia 20, o filme entra em cartaz, em três sessões diárias, às 15h, 17h e 19h.


Baseado no romance homônimo de Ángel Parra, filho de Violeta, o longa faz um retrato da famosa Violeta, preenchido com seu trabalho musical, suas memórias, seus amores e esperanças. O filme é uma co-produção entre a produtora brasileira BossaNovaFilms, a chilena Wood Producciones e a argentina Maiz Producciones, e a distribuição é da Imovision.


Veja o trailer .: Ingressos (inclusive na pré-estreia)
.: público em geral: R$ 5,00
.: Estudantes, idosos acima de 60 anos, bancários e jornalistas sindicalizados e clientes Banrisul: R$ 2,50

FICHA TÉCNICA
Chile, Brasil e Argentina, 2011, 110 minutos, 35mm, Color, Dolby SR.
Direção: Andrés Wood
Elenco: Francisca Gavilán, Cristián Quevedo, Thomas Durand, Luis Machín, Gabriela Aguilera, Roberto Farias,
Patricio Ossa, Jorge López, Francisca Durán
Música: Violeta Parra
CineBancários
(51) 34331204 / 34331205
Rua General Câmara, 424, Centro - POA
blog: cinebancarios.blogspot.com
site: cinebancarios.sindbancarios.org.br
facebook.com/cinebancarios
Twitter: @cine_bancarios

terça-feira, 3 de julho de 2012

NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios' e a prevenção ao Alzheimer

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Sobre o Alzheimer, vale a pena ler mesmo que você não tenha este problema na família.

Por; Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor
Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia o Infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios  paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer. Aliás, fico até mais tranqüilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos; prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que....', frase que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas? Como? Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida 'bandida'.

Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer.Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos.. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro. Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum... Preocupante). Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal,pela felicidade. Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate
do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem
um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço contrário;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando
isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.

A proposta é mudar o comportamento rotineiro!

Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu
c érebro. Vale a pena tentar! Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado?
FAÇA ESTE TESTE E PASSE ADIANTE PARA SEUS (SUAS) AMIGOS (AS).

'Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer!'
Sucesso para você!!!
A cada 1 minuto de tristeza perdemos a oportunidade de sermos felizes por 60 segundos

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Falta de exercícios físicos afeta equilíbrio, agilidade e reflexo das mulheres na terceira idade



A falta de exercícios físicos afeta o equilíbrio, a agilidade e o reflexo das mulheres com mais de 70 anos. Isso é o que apontou um estudo inédito da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, feita em parceria com o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs), divulgado hoje (9).

Segundo Sandra Matsudo, coordenadora da pesquisa, o resultado do estudo demonstrou que as mulheres sedentárias apresentam mais dificuldades de executarem atividades simples e correm mais risco de adquirir doenças. A prática de atividades físicas, tais como uma caminhada diária de 30 minutos ou até mesmo a utilização de escadas no lugar do elevador, aumenta a qualidade de vida, reforçou a pesquisadora.
O estudo acompanhou cerca de 300 mulheres, com mais de 50 anos, todas sedentárias. Elas foram divididas em dois grupos: um que reunia mulheres entre 50 e 59 anos de idade e outro, mulheres com 70 anos ou mais. Estas mulheres foram submetidas a vários testes físicos, que demonstraram, por exemplo, que a falta de exercícios afeta principalmente o equilíbrio.
Ao serem submetidas a um teste de equilíbrio com duração de 30 segundos, as participantes que tinham entre 50 e 59 anos conseguiram manter-se equilibradas por 24 segundos. As entrevistadas que tinham mais de 70 anos, submetidas ao mesmo teste, mantiveram o equilíbrio por cerca de 13,40 segundos, uma queda de 78,8% na capacidade de equilíbrio.

O estudo mostrou também que o sedentarismo na terceira idade compromete a agilidade. Ao participarem de um exercício de locomoção, que exigia caminhar por um curto trajeto, as entrevistadas entre 50 e 59 anos fizeram o percurso em 2,5 segundos. Já as mulheres com idade superior a 70 anos fizeram o mesmo percurso em 3,11 segundos, o que apontou mais dificuldade no ato de caminhar.
Outro aspecto que fica comprometido é o reflexo. Quando expostas a um exercício que previa levantar e sentar numa cadeira repetidamente, durante 30 segundos, as mulheres com idade entre 50 e 59 anos fizeram uma média de 19,35 repetições. As mulheres com mais de 70 anos fizeram 17,36 repetições, em média.

Ao comparar o desempenho dos dois grupos, o estudo também apontou perda de força e de massa muscular. O índice de massa corpórea (IMC), por exemplo, apresentou queda de 5,47%. Já um teste de impulsão para constatar a força dos membros inferiores apontou queda de 28,43%
Fonte: Agência Brasil

ONU pede saúde adequada a idosos em todo o mundo



O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ressaltou no dia 6 de abril a importância de fornecer serviços de saúde adequados para os idosos e apelou para que os países reúnam recursos para ajudar suas populações em envelhecimento a viver uma vida mais saudável e ativa. “Peço aos governos, à sociedade civil e ao setor privado que reúnam esforços para garantir que o povo de qualquer lugar tenha a chance de envelhecer com boa saúde”, disse Ban em mensagem para marcar o Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril.


A data marca a fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a cada ano um tema é selecionado de forma a ressaltar uma área de preocupação da OMS. Neste ano, o tema é “A boa saúde aumenta a longevidade”.

Ban disse que um aumento na longevidade está pressionando os serviços de saúde dos países. “As pessoas mais velhas dão valiosas contribuições para a sociedade – como membros de suas famílias, como participantes ativas na força de trabalho e como voluntários nas comunidades. A sabedoria que adquiriram com o passar dos anos faz delas recursos únicos para a sociedade”, destacou. “No entanto, uma população mais velha significa um aumento na procura dos sistemas de segurança social e no cuidado com a saúde.”

Ban também notou que as maiores ameaças para os idosos em todos os países é majoritariamente proveniente de doenças não transmissíveis, como doenças cardíacas e acidentes cardiovasculares assumindo as maiores causas de morte, enquanto que os problemas visuais e a demência são as principais causas de incapacidade. Nos países mais pobres, a incidência de doenças não transmissíveis é duas a três vezes maior que em países ricos.

A Diretora-Geral da OMS, Margaret Chan, enfatizou que as medidas para melhorar a qualidade de vida dos idosos não precisam ser caras. “Não devemos deixar que o dinheiro ou a falta de acesso decida quem se mantém em forma e quem se fragiliza mais cedo. Por exemplo, controle de hipertensão, usando medicamentos extremamente acessíveis, contribui enormemente para a longevidade, mas apenas 10% dos idosos no mundo em desenvolvimento se beneficiam deste tratamento.”

De acordo com a OMS, no meio do século 20 havia 14 milhões de pessoas com mais de 80 anos, mas a partir de 2050, haverá quase 400 milhões de pessoas nesta faixa etária – 100 milhões apenas na China. Dentro de cinco anos, pela primeira vez na história, a população com mais de 65 anos vai superar a população com menos de 5.

Fonte: www.onu.org.br



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Vitória: Mocambo passa integrar o patrimônio histórico e cultural de Porto Alegre






A Sessão Plenária,da Câmara dos Vereadores de Porto Alegre votou, no dia 9 de maio, o Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do vereador Luis Comasseto, que torna o Espaço Cultural Mocambo integrante do Patrimônio Cultural do Municipio de Porto Alegre.

A Associação de Moradores e Amigos da Cidade Baixa _ MOCAMBO, carrega em sua história referências que comprovam seu compromisso: seja na criação do CRAB (Centro de Referência Afrobrasileira); em integrar a primeira Griôta reconhecida pela cidade de Porto Alegre Professora Elaine Rodrigues ou deprotagonizar a consolidação do Museu do Percurso do Negro em Porto Alegre, entre outras conquistas de referência estrutural e de marcação territorial da cultura negra.

Parabéns à cidade, à guerreira Elaine e a  todos que contribuíram para que a Mocambo continuasse a exercer o seu papel de resgate e preservação da memória cultural do movimento negro em Porto Alegre!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Apoie a votação da integração do Mocambo ao patrimônio cultura de Porto Alegre

Rempassamos o convite da companheira Elaine Rodrigues,de  para Sessão Plenária,na Câmara dos Vereadores quando será votado Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do vereador Luis Comasseto, que torna o Espaço Cultural Mocambo integrante do Patrimônio Cultural do Municipio de Porto Alegre.
A Associação de Moradores e Amigos da Cidade Baixa _ MOCAMBO, carrega em sua história referências que comprovam seu compromisso: seja na criação do CRAB (Centro de Referência Afrobrasileira); em integrar a primeira Griôta reconhecida pela cidade de Porto Alegre Professora Elaine Rodrigues ou ao protagonizar a consolidação do Museu do Percurso do Negro em Porto Alegre, entre outras conquistas de referência estrutural e de marcação territorial da cultura negra.



Quando: 9 de maio de 2012 às 14horas
Onde: Plenária da Cãmara dos Vereadores de Porto Alegre
Endereço: Loureiro da Silva n°255


Salientamos que é importante a presença de todos e todas para fortalecer a proposta.
 
 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Os "Novos velhos"

A jornalista Léa Maria Aarão Reis lançou recentemente, no Rio de janeiro, o livro “Novos velhos, viver e envelhecer bem”, pela editora Record. A autora define o trabalho como um livro jornalístico e acredita que a informação pode servir de ponto de partida para futuras análises.

Durante os dois últimos anos, Léa Maria entrevistou médicos neurologista e oncologista, psicólogos, psicanalistas, uma demógrafa e uma terapeuta corporal. A pesquisa que deu origem ao livro também serviu de base para a organização de dois cursos sobre a nova maneira de envelhecer para a Casa do Saber, no Rio de Janeiro.

Como surgiu a ideia do livro?

Há mais de duas décadas levanto dados no processo de envelhecimento da população do país, especialmente nos grandes centros urbanos. E isso coincidiu com o meu próprio envelhecimento.

Quem são os novos velhos?

Uma população com mais de 60 anos, economicamente plena e ainda cheia de saúde para aproveitar a vida. No Brasil, mais de 20 milhões de pessoas que nasceram com o baby boom do pós-guerra, nos anos 40/50, e viveram as grandes mudanças e as rupturas de comportamento da década de 60. Eles promovem, pela segunda vez, outra fascinante revolução de costumes.

O que mudou?

Mudou a forma de encarar a vida e também a morte. Talvez a morte, embora ainda difícil de ser aceita, começa, no entanto, a ser pensada com certa leveza. Aliás, leveza e senso de humor são características da geração que foi jovem nos anos 60.

O que acha de termos como “terceira idade, melhor idade e etc…”?

Não gosto de usar o termo terceira idade, melhor idade nem feliz idade como alguns, hipocritamente, denominam a velhice com o objetivo de mostrar que ser velho é ótimo. A velhice é difícil, especialmente numa sociedade como a nossa que, a todo instante, desrespeita os idosos e é obcecada pelo mito da eterna juventude.

A seu ver a fantasia da eterna juventude pode atrapalhar em vez de ajudar?

A fantasia de que somos todos idealmente astronautas a flutuar em um mundo antigravitacional de beleza eterna pode ser uma maldição.

Qual o principal desafio dos brasileiros?

O Estatuto do Idoso é um avanço na rede de proteção do idoso. Mas é essencial aprimorar a rede pública de saúde e urbanizar áreas degradadas onde vivem populações pobres. O Estado deve garantir às classes populares recursos mínimos para acesso aos medicamentos, vitaminas, cuidados fisioterápicos, esportes, sessões de exercícios físicos e acesso a alimentos mais saudáveis.

Como enfrentar o problema do custo do envelhecimento?

O ideal é que os investimentos nas duas pontas da população sejam equilibrados. No Brasil, por enquanto, estamos em fase de transição.

Com toda mudança se reflete na vida sexual ?

A questão não é ser ou não ativo sexualmente, mas ser ativo ou passivo do ponto de vista econômico. Quem é ativo neste sentido é mais seguro de si, tem mais autorrespeito e, portanto, é mais livre para o exercício da sexualidade. A sexualidade dos idosos, no caso das mulheres, ainda é um assunto abordado com extrema discrição porque envolve a contemplação do envelhecimento do corpo, como já mostrava Simone de Beauvoir. Já os homens velhos contam com os estimulantes à sua disposição no mercado para se reposicionarem sexualmente.

Como aproveitar essa sobrevida?

Este tempo é um tempo extra. É necessário saber administrá-lo sem a pretensão de controlá-lo, e não deixar para amanhã o que se pode fazer hoje porque o tempo vai ficando curto. É fundamental manter a independência, na medida do possível e até onde der. Deve aprender também a dizer não. Ser solidário, deixar aflorar a doçura, e brigar, se for necessário, para manter-se produtivo e no mercado de trabalho que, não raro, tenta expulsá-lo da cena, até prematuramente.

Em suas entrevistas, quais as principais preocupações apresentadas?

Percebe-se a ocupação de refinar e proporcionar um acabamento requintado à própria existência neste mundo, cada um ao seu modo. E os projetos: todos, também cada qual à sua maneira, falam de projetos. Isto é emocionante.

Uma última observação?

O envelhecimento global, em todo o Ocidente, é um aspecto da vida, no século XXI, tão importante quanto o aquecimento do planeta.

NOVOS VELHOS

Léa Maria Reis

Grupo Editorial Record/Editora Record

224 páginas

Preço: R$ 34,90

Formato: 14 x 21 cm

segunda-feira, 9 de abril de 2012

FestiPoa: Imagens da ficção

FestiPoa: Imagens da ficção: 1º Concurso fotográfico FestiPoa Literária Seis horas para percorrer e fotografar a geografia ficcional da cidade presente na obra de João...

Não perca esse excelente programa de lazer e cultura! Não precisa ser profissional, basta gostar de fotografia, a partir dos 18 anos, sem limite de idade!!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Lendo sobre a velhice: Resenha

O mundo dos velhos, de todos os velhos, é, de modo mais ou menos intenso, o mundo da memória. (Norberto Bobbio)

Da ampla variedade de leituras que tratam do processo de envelhecimento, ou da condição da velhice (às vezes sob a capa eufemística da designação “terceira idade”), selecionamos três, todas elas disponíveis no mercado livreiro: O tempo da memória: De senectute e outros escritos autobiográficos, do pensador italiano Norberto Bobbio; Memória e sociedade, lembranças de velhos, da socióloga brasileira Ecléa Bosi; e A pessoa idosa não existe, do psicanalista francês Jack Messy, citadas na bibliografia. As obras selecionadas dão uma amostragem do amplo interesse que o tema suscita, pois são livros escritos por autores contemporâneos, diferentes em sua formação profissional e sua nacionalidade. Duas abordagens poderiam ser classificadas como externas, as da socióloga e do psicanalista, pois têm o velho como objeto de análise; a outra, do jurista e pensador italiano, é uma abordagem interna, uma vez que ele a escreveu na quadra dos oitenta anos, fazendo considerações sobre seu próprio envelhecimento. Todos os três livros (assim como os demais, sugeridos na lista abaixo) são leituras interessantes, seja como pesquisa, seja como experiência de vida para todo leitor que se aproxima do limiar da velhice.

O tempo da memória: De senectute e outros escritos autobiográficos, de Norberto Bobbio


Norberto Bobbio, jurista e filósofo italiano, nascido em 1909, declara ser filho do século XX, um século breve, como foi chamado, mas marcado por acontecimentos terríveis: duas guerras mundiais, a revolução russa, comunismo, fascismo, nazismo, o surgimento pela primeira vez na história dos regimes totalitários, Auschwitz e Hiroxima, décadas de predomínio do terror, e então, depois da queda do império soviético e o fim da guerra fria, uma ininterrupta explosão, em diversos lugares do mundo, de guerras nacionais, étnicas, tribais, territorialmente limitadas mas não menos atrozes.(p. 51)

E Bobbio entra na velhice propriamente dita, na “quarta idade” dos que adentram os 80 anos, ao mesmo tempo em que sai do seu século, constatando: “cheguei ao fim não apenas horrorizado, mas incapaz de dar uma resposta sensata a todas as perguntas que os acontecimentos de que fui testemunha continuamente me propõem” (p. 52). O tempo da memória são, pois, considerações sobre o passado e o presente, filtradas pela ótica de quem muito viveu e que percebe, na falência do corpo e nos lapsos da mente o preço cobrado pelo tempo vivido. São reflexões sobre o significado da velhice no mundo de hoje.

O volume da Editora Campus tem prefácio de Celso Lafer e apêndice de Pietro Polito, e se divide em duas seções distintas: “De senectute”, título tomado de empréstimo a Cícero, e “Escritos autobiográficos”. É na primeira seção, como o título já deixa claro, que o pensador faz suas reflexões sobre o envelhecimento, aludindo a obras do passado sobre o tema e lembrando que, naqueles tempos recuados, seus autores estavam em geral na faixa dos sessenta anos. Isso já revela o quanto o homem moderno vem empurrando para diante a barreira que separa a idade madura da velhice.

Aos 85 anos, em 5 de maio de 1994, ao ser-lhe conferido o diploma honoris causa em Ciências Políticas, Norberto Bobbio proferiu seu discurso “De senectute” na Università degli Studi di Sassari. O texto desse discurso constitui a Primeira Parte, dividida em quatro subtítulos (1. A velhice ofendida; 2. Mas que sabedoria?; 3. Retórica e anti-retórica; e 4. O mundo da memória) e seguida da Segunda Parte (1. Ainda estou aqui; 2. Depois da morte; 3. Lentidão; e 4. O tempo perdido), textos escritos especialmente para esta edição e que complementam suas reflexões sobre a velhice.

Os “Escritos Autobiográficos”, em número de dez, constituem a segunda seção do volume e se referem a diversos acontecimentos e épocas da vida do eminente jurista e senador vitalício da Itália.
O autor, depois de comparar o status social do velho nas sociedades antigas e no mundo contemporâneo e de buscar explicações para a mudança, constata que a segurança, o conforto e o refúgio do idoso são as suas lembranças do passado e conclui dizendo sobre si mesmo:
Tenho uma velhice melancólica, a melancolia subentendida como a consciência do não-realizado e do não mais realizável. A imagem da vida corresponde a uma estrada cujo fim sempre se desloca para frente, e quando acreditamos tê-lo atingido, não era aquele que imagináramos como definitivo. A velhice passa a ser então o momento em que temos plena consciência de que o caminho não apenas não está cumprido, mas também não há mais tempo para cumpri-lo, e devemos renunciar à realização da última etapa. (p. 31)

A leitura de O tempo da memória, de Norberto Bobbio, dá ao leitor uma visão sensata e sensível das perdas e ganhos trazidos pelo envelhecimento, ganhos expressos sobretudo na humildade em reconhecer seus próprios limites e tentar cotejar passado e presente com um olhar justo, o que só está ao alcance daqueles que também, com o tempo, ganharam em sabedoria, como ocorreu com este pensador italiano.

Memória e sociedade, lembranças de velhos, de Ecléa Bosi
O livro Memória e sociedade, lembranças de velhos, de Ecléa Bosi, originou-se, em 1973, de sua tese de livre-docência em Psicologia Social. O volume, editado por T. A Queiroz, apresenta prefácio de João Alexandre Barbosa, intitulado “Uma psicologia do oprimido”. A própria autora afirma não se tratar de uma obra sobre a velhice, nem sobre a memória, declarando: “Fiquei na intersecção das duas realidades”. Segundo Benedito Nunes, o que ...justifica a longa carreira desse trabalho [...] é o próprio caráter interseccionante da investigação aí empreendida, cruzando a teoria e a prática, a linguagem oral e a linguagem escrita num texto desenvolto, analítico e meditativo, que recorta tanto o domínio das ciências sociais quanto o da tradição humanística.

Depois de uma introdução de bases teóricas, a pesquisadora transcreve depoimentos de oito pessoas – homens e mulheres – maiores de 70 anos, que têm na cidade de São Paulo o seu denominador comum. Todos viveram nessa cidade a maior parte de suas vidas. Viram-na crescer, mudar de aspecto e de população, presenciaram o fluxo migratório em suas várias levas de etnias diversas, viram-na transformar-se em metrópole. Dando voz a esse pequeno grupo de velhos, cuja única riqueza é a sua memória pessoal, Ecléa Bosi recupera um tempo, reconstrói um momento social coletivo, cosendo retalhos de lembranças individuais. Faz pela pesquisa o que Alcântara Machado fizera na literatura com o seu tempo, fixando o modo de viver dos paulistanos não-oficiais, aqueles que não têm senha de acesso à História, mas que a fazem de fato. Aliás, a leitura de Memória e sociedade revela-se muito útil ao leitor de Alcântara Machado, nem sempre apto a entender certas alusões que o ficcionista faz em seus contos.
Benedito Nunes, em comentário ao livro de Ecléa Bosi, destaca a sua importância, ao constatar a situação a que hoje estão relegados os velhos:
A sociedade industrial em que vivemos rompeu esse liame [de elo entre gerações], desvalorizou o saber de experiência, corroeu a memória coletiva, desvalorizou a lembrança; portanto, desapossou a velhice de seu dom à sociedade e à cultura. Da natural condição de sobrevivente de uma geração que ele é, [...] o homem idoso, porque improdutivo [...] passa, acobertado pela etiqueta clínica da “terceira idade”, ao anonimato dos excluídos sem voz.
É isso que o livro de Ecléa Bosi faz, dá voz aos marginalizados pela idade, convida-os a exporem suas lembranças mais antigas e, com elas, recupera um tempo e um modo de viver que, de outra forma, estariam perdidos para sempre.
A pessoa idosa não existe, Uma abordagem psicanalítica da velhice, de Jack Mes
Jack Messy é um psicanalista atuante que trabalha no ramo da psicanálise em Paris há mais de dez anos, sendo atualmente diretor do Centro de Formação da Sociedade AGES. Este livro, que trabalha com a questão da velhice e do envelhecimento, com enfoques teóricos e relatos de casos, destina-se principalmente aos profissionais que lidam com pessoas de idade: assistentes sociais, enfermeiros, médicos, psicólogos e psicanalistas, mas também é leitura de interesse para cada um de nós, que nos aproximamos, passo a passo, da velhice ou que convivemos com velhos em nosso meio profissional ou familiar.
O livro reparte-se em quatro capítulos, antecedidos de um prefácio do autor e seguidos de uma breve conclusão. No prefácio, o autor expõe seu propósito, contestando noções sedimentadas em nossa cultura:
Este livro tenta tomar posse de novo de nossa inscrição no tempo e de nossa vida em sua história. A velhice não é uma passagem obrigatória para a morte, assim como a demência não é uma ameaça em contrapartida de uma idade avançada, como parece ser a promessa aos decênios que ultrapassam nossas expectativas. (p. 10)

Com relação ao título do livro – A pessoa idosa não existe – explica tratar-se mais do que uma simples provocação, tendo em vista que a idade é irrelevante em si para uma abordagem psicanalítica, pois que ela não interfere na psique. “Os processos do sistema inconsciente estão fora do tempo, a relação temporal é do âmbito do sistema consciente”, esclarece. No tratamento psicanalítico, estão em jogo os desejos e conclui: “Na circulação da libido não há jovem nem velho, o desejo não tem idade” (p. 10).

O primeiro capítulo, “O espelho quebrado”, repartido em treze seções, discute vários aspectos ligados ao processo de envelhecimento: as perdas (da própria identidade física, da beleza, da independência, da memória, etc) e também os ganhos. Sobre estes o autor se detém na seção “O envelhecimento é aquisição”.
Todo esse primeiro capítulo, que inicia evocando a estranheza que a pessoa tem diante de sua imagem envelhecida no espelho (“não sou eu esse velho, é outro”) e tão reiterada na literatura, constitui uma longa reflexão, com bases teóricas, sobre o velho e o sobre o envelhecimento, focalizados sob diferentes ângulos. Inobstante o referencial teórico, o autor consegue expressar-se numa linguagem acessível, capaz de atender às expectativas de qualquer tipo de leitor, não apenas às do especialista. O segundo capítulo, “Neurose, psicose, velhice”, segue o mesmo padrão, discutindo esses tópicos com bases teóricas.

O longo capítulo “Me chamam Lili” é um estudo de caso, que versa sobre uma paciente idosa, descrevendo as sessões de seu tratamento. Por último, no capítulo “Desmentir a demência”, o autor faz uma abordagem psicanalítica do mal de Alzheimer, doença devastadora que dia a dia vem-se tornando mais comum, contestando algumas das noções que a mídia tem propagado em torno dessa forma de senilidade.

Na conclusão, Jack Messy resume a trajetória de sua argumentação ao longo do livro e finaliza, sintetizando assim sua posição:

Envelhecimento pode não estar associado a perda de neurônios

Por Portal Psico


Por Valéria Dias

Uma série de pesquisas realizadas na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP sugere que o processo de envelhecimento não está, obrigatoriamente, associado a uma diminuição no número de neurônios, podendo este número se manter estável ou até mesmo aumentar nas pessoas idosas. As pesquisas estão sendo realizadas no Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA) do Departamento de Cirurgia da FMVZ, sob a coordenação do estereologista Antonio Augusto Coppi.

Segundo o professor, de 1954 até 1984, o uso de métodos de análise inadequados em diversas pesquisas nacionais e internacionais conduziu os cientistas a acreditarem que, ao envelhecermos, nosso cérebro perdia células nervosas. “Porém, a partir de 1984, com a publicação do método estereológico, os pesquisadores menos resistentes contestaram os resultados anteriores, iniciando o emprego da quantificação de neurônios por estereologia (3D)”, conta.
A Estereologia é uma ciência que permite a análise não apenas em duas dimensões (comprimento e largura), mas também levando em conta a profundidade (3D) e até mesmo o fator tempo (4D). Com isso é possível estimar o número total de objetos (e não apenas o número de perfis dos mesmos), o verdadeiro tamanho (volume), além de outros parâmetros, com precisão e acurácia. O LSSCA é uma referência mundial na área e representante da América do Sul junto à Sociedade Internacional de Estereologia.

Nos últimos nove anos, foram realizados no Laboratório diversos estudos nas modalidades de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado abrangendo o sistema nervoso periférico de roedores como ratos, cobaias, preás, cutias, pacas e capivaras, assim como de cães e cavalos.

Dentro de cada uma dessas espécies, os animais foram divididos em quatro grupos etários: neonatos (3 dias), jovens (1 mês), adultos (12 meses), senis (2 a 10 anos, dependendo da espécie estudada). Esses animais eram saudáveis e não apresentavam sinais clínicos de doenças no sistema nervoso, o que poderia interferir nos resultados.

As análises foram feitas com neurônios do gânglio cervical superior e do gânglio mesentérico inferior. Esses gânglios pertencem ambos ao sistema nervoso simpático, sendo que o primeiro inerva os vasos cerebrais e o coração, entre outros, e o último inerva os intestinos delgado e grosso. “É importante notar que células nervosas (neurônios) são encontradas não só no cérebro, mas também fora dele, em gânglios do sistema nervoso periférico”, aponta Coppi.


Resultados
Entre as conclusões inéditas está o fato de que, na maioria das espécies, o envelhecimento ocasionou um aumento no tamanho (volume) dos neurônios, ou seja, uma hipertrofia. Em cães, os pesquisadores encontraram aumentos de até 100% no tamanho do neurônio. “Não se sabe ao certo porque isso ocorre. Estudos recentes têm sugerido que a hipertrofia seria um mecanismo para manter a quantidade de substâncias produzidas pelos neurônios, como por exemplo, neurotransmissores, no advento de alguma doença ou perda de células”, afirma.

O comportamento do número de neurônios durante o envelhecimento foi extremamente variável nos animais estudados: nos cães o número aumentou 1.700%, ao passo que roedores selvagens idosos apresentaram o mesmo número de neurônios dos neonatos e jovens, ou seja, não houve diminuição no número destas células nervosas durante o envelhecimento. Já em cobaias, o número de neurônios diminuiu 21%.

“Os resultados sugerem que não existe um padrão específico em relação ao número total de neurônios durante o envelhecimento, pois nossos achados mostram 3 situações claras: diminuição, aumento ou estabilidade no número de células nervosas”, afirma Coppi.

Um dado que gerou surpresa nos pesquisadores foi a presença de células nervosas se dividindo em roedores selvagens idosos (preás e cutias). “Esta constatação coloca em dúvida um dogma na neurociência de que os neurônios no sistema nervoso autônomo se dividem até o primeiro ou segundo mês de vida, e partir daí a divisão celular é interrompida”, destaca.

Binuclearidade

Coppi cita ainda uma outra descoberta importante: a existência de neurônios binucleados em cobaias e em outros roedores selvagens (preás, pacas, cutias e capivaras), tanto em animais neonatos quanto nos animais idosos. No entanto, tais neurônios binucleados não foram vistos em ratos ou camundongos.

Segundo o estereologista, uma das hipóteses para a existência de neurônios binucleados, é de que estes seriam uma reserva para o gânglio cervical superior, podendo os mesmos se dividir (inclusive no animal idoso) e gerar novos neurônios, na tentativa de compensar uma perda de células.

Os resultados destas pesquisas foram publicados em revistas médicas internacionais e com arbitragem, gerando 6 artigos científicos completos. Adicionalmente, foram produzidas duas dissertações de mestrado, defendidas recentemente. Coppi cita ainda que estas pesquisas foram financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).