segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Seminário "Sem medo do computador rompendo barreiras na terceira idade"

 O Seminário, "Sem medo do computador,rompendo barreiras na terceira idade", mobilizou a participação das pessoas idosas, de representantes da área de política do idoso dos governos estadual e municipal e do público em geral. O evento, organizado pela Fritid, aconteceu no auditório do Sindicato dos Servidores Federais no RS (Sindiserf/RS), em Porto Alegre, no dia 30 de agosto. Ao chamar as pessoas, a intenção foi discutir o tema visando obter subsídios para estruturar um projeto de informática para melhor atender as expectativas das pessoas da terceira idade e facilitar-lhes o acesso à linguagem tecnológica e à autonomia para explorar os recursos disponíveis no computador.















O palestrante Sérgio Antonio Carlos, professor da Ufrgs, com larga experiência em estudos que abordam padrões discriminativos a respeito do envelhecimento na sociedade, abordou o tema "A intolerância e o envelhecimento" e estimulou uma reflexão sobre a cultura da tolerância e como esta pode permear as relações e ser o caminho para mudanças nas relações entre os indivíduos. Como já se percebe hoje numa nova forma de dialogar com idosos e destes também se colocarem para garantir sua inserção ssocial, seja por exemplo, percebendo que  o acesso a informática pode ter papel preponderante nesse processo.


A intolerância: pintando o outro para
 ficar igual a mim sem ver o que ele é.
A intolerância está na sociedade em atitudes de não aceitação do outro com suas diferenças, ao estimular o preconceito e a resistência às liberdades individual e coletiva. Entretanto, podemos mudar esse comportamento ao se aprender a tolerar o outro, o diferente é o único jeito de mudar isso dentro de nós, pois é como podemos perceber o quanto somos semelhantes enquanto homens e mulheres, não podemos viver sozinhos e precisamos do outro para dar sentido ao que fazemos.

Não basta tolerar, diz o Professor Sergio, “deve ser ponto de partida, pois para cessar diferenças precisa também ser um patamar de mudanças, e cita o pensamento do educador Bacha Filho, que ressalta a educação e indica três pontos essenciais para se aprender a erradicar valores e conceitos discriminatórios: incentivar o diálogo, a pureza das intenções e a paciência. magem - sobre intolerância.
Diálogo
Saber escutar o que outro quer dizer. Muitas vezes ouvimos, mas não chegamos a escutar; a pessoa começa falar já concluímos e quando ela termina já estamos procurando respostas. Ao dialogar temos que seguir o pensamento do outro, ver se está entendendo a minha fala para que efetivamente haja uma troca de ideias e experiências.
Pureza de intenções
No diálogo precisamos buscar a isenção de segundas intenções, como explica o Professor. “porque ao conversar com o outro vou ter sempre segundas intenções e o outro também.” Porém, não precisamos convencer o outro sobre nosso modo de pensar, mas podemos expor e mostrar que temos posições diferentes e que em alguns pontos é possível fazer algo em comum mesmo pensando diferente”, como nos ensina Bacha Filho.
Paciência
È a atitude essencial ao dialogo. “Se não tiver paciência, se não perseverar, persistir, eu não chego lá. E aí um aprendizado diz o palestrante: “ao começar a ensinar informática, na experiência de trabalhar com o idoso, não se pode pensar que só eu sei, pois se não agir de uma maneira menos ortodoxa, sem conseguir dialogar, se não ouvir o outro, dificulta o ensinar.
A mesma visão do papel da educação para a tolerância, está na Declaração de Princípios da Tolerância, da Unesco, que aponta também como um caminho para as pessoas aprenderem a ter atitudes contrárias à exclusão do outro, e o Professor mostra também que  está nas palavras do secretário geral da ONU no Dia Internacional da Tolerância, em 2010:: "Ela deve ser ensinada, incentivada, transmitida. A educação dentro e fora da sala de aula é imprescindível para combater o ódio, a discriminação,

Após o debate da cultura da tolerância  como patamar para transformar preconceitos e discriminações nas relações sociais, o palestrante mostrou estereótipos criados em relação às pessoas que chegam na terceira idade,  são padrões discriminatórios como o que vê velhice comoante sala da morte. “Um equívoco, pois em termos absolutos morrem muito mais pessoas de outras idades do que os idosos.” È óbvio que os idosos morrem, mas nossa esperança é que seja depois dos 100 anos”, ele brinca e continua ”mas é defasada a visão de se fazer nada voltado ao idoso, de que é preciso investir nas crianças, futuro do Brasil, pois o idoso já deu”.

Atualmente muitas alternativas contrapõem essa forma preconceituosa do envelhecimento: ”Só no Rio Grande do Sul, afirma o Professor, praticamente todas as universidades e instituições de ensino superior realizam trabalho voltado para o idoso. Tem espaço prá todo mundo.”
“Na UFRGS, o Colégio Aplicação tem teatro para o idoso, no Instituto de psicologia tem a Universidade da Terceira Idade que funciona há mais de 15 anos; na faculdade de Educação Física, tem trabalhos além da prática de exercícios; de forma mais esporádica a área da antropologia, que pesquisa o desenvolvimento e memória social;. Tem dissertações na área de design voltadas para idosos; na agronomia, o engenheiro Sérgio Tomazini, fez mestrado e abordou a utilização do espaço nas instituições de longa permanência para os idosos e como estes ajudaram a transformar o espaço aberto e a melhorar a situação, construindo jardins etc.

E ainda tem outras formas de inserção dos idosos, em trabalho voluntário, grupos de convivência, atividades físicas, ensino de informática. Também tem pessoas que participam de movimentos social etc. Atividades que demonstram que estar velho não significa serr inativo ou descartável. Entretanto, destaca o Professor, “os idosos tem também direito de "velhar", expressão usada por uma colega, assistente social, gerontóloga, que significa deixar o tempo correr, curtir o processo de envelhecimento. Nem todos almejam, por exemplo, aprender informática. Porém, como diz palestrante, “precisamos nos dar conta que a informática está presente no dia-a-dia da vida de todos e todas: atrás do caixa eletrônico, do banco, dos telefones, no mcroondas, etc.” Estas circunstancias nos fazem ver que ter acesso ao computador é importante, pois estimula a reflexão, a capacidade motora fina, capacidade viso-motora, linguagem, atenção e concentração, aspectos que levam ao ajuste de memória e a interação sócio-familiar.






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