terça-feira, 27 de agosto de 2013

Depoimento impressionante comprova a importância da vinda de médicos às comunidades

A  polêmica da vinda de médicos estrangeiros para o Brasil tomou conta das redes sociais, como o Facebook, onde todos democraticamente se manifestaram favoráveis ou não sobre o tema. A Fritid entende como essencial a presença dos médicos para dar assistência à população, embora  ainda tenha-se necessidade de melhorias na infra estrutura da saúde, uma ação não invalida a outra.. Poderíamos nos estender em defesa do que isso  representa para as pessoas que vivem sem assistência médica em diversas regiões do país.. No entanto o,depoimento impressionante, da nossa companheira de luta, Olga Vieira, no Facebook, diz muito sobre o assunto ao nos relatar os enfrentamentos e superações, que vivenciou no interior, que as  pessoas precisam enfrentar vivendo em locais carentes de atendimento à saúde e do papel  do médico para a vida e bem estar das pessoas.

 "Minha avó materna, Emília, na década de vinte, atendia com homeopatia, chás e outros às pessoas da sua comunidade rural, trazendo-as para casa afim de cuidar delas nos casos considerados mais graves. Vinham de carro de boi e quando estavam bem, meu avô ia a cavalo comunicar a família. 
O médico e o farmacêutico da cidade enviaram a polícia e prenderam minha avó, para desgosto da família e da comunidade.
 Quando se diz que 'não há saúde sem médico', depende. Nos lugares ermos, distantes do mundo dito civilizado, quem socorre e alivia as dores, são as pessoas leigas e cheias de conhecimentos sobre ervas e outras coisa alternativas, como o amor pelo próximo. Porque atenção e carinho são altamente curativos! O cuidado com o outro assume muitas faces nos lugares mais distantes e desprovidos do acesso às fontes da saúde! 
Fui criada na roça e muitas vezes vi minha tia Lucinda ser chamada, à noite, para atender uma mulher que dava à luz. Meu tio Zizoca ia com ela e levava um tição de fogo para iluminar o caminho e evitar quedas. Meu pai quando chamado para ir longe, de charrete, buscar a parteira para as mulheres da comunidade rural, enfrentava muitas vezes, fortes temporais, com raios, que fazia o cavalo se assustar. Mas nunca deixou de atender um chamado.
 Esses são os heróis e as heroínas desconhecidos/as, anônimos, que nunca receberam uma notícia nos jornais ou nas revistas de época, nem tampouco a valorização pelo que fizeram. No século 21 as comunidades desprovidas de atendimento em todos os setores continuam. Elas são merecedoras de todo o apoio. Você teria coragem de se deslocar para essas áreas? Então, não se oponha a quem quer ir". Olga Vieira

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